Publicado por lucashma em Música

A verdadeira história por trás de "Cornerstone" do Arctic Monkeys

Cornerstone foi o segundo single do álbum Humbug do Arctic MonkeysApesar de ser uma das faixas mais amadas da banda de Sheffield, a música é uma das que os fãs mais interpretam de maneira equivocada.

Lançada em 16 de novembro de 2009 e disponibilizada em vinil nas lojas Oxfam, a música conta uma história de amor perdido e o desejo de reviver o passado. O clipe, dirigido pelo ator Richard Ayoyade do The IT Crowd, é a própria simplicidade: Alex Turner (vocalista da banda) está sozinho em uma sala branca, usando fones de ouvido bem retrôs e cantando a letra em um microfone.

Com o álbum Humbug, produzido por Josh Homme, vindo numa vibe mais séria, Alex Turner procurou trazer algo diferente para o álbum... e cara, ele conseguiu.
 


Capa do single "Cornerstone" do Arctic Monkeys.

 

Como de costume, Turner manteve as coisas muito reais ao falar na primeira pessoa no single, enquanto aparentemente nomeava pontos turísticos de sua cidade natal. A letra de abertura "I thought I saw you in the Battleship / But it was only a look-a-like" mostra o narrador vendo o que ele pensa ser uma ex-namorada em um pub no centro da cidade, e então percebe que não era ela.

Conforme a música vai avançando, vemos o personagem "encontrar" mais vezes sua ex, sempre mais perto do que antes ("close enough to be your ghost") e sempre percebendo, ao se aproximar, que não era ela ("she was nothing but a vision trick").

O eu-lírico do single então decide dar uma investida nessas mulheres, sendo um pouco mais atrevido chegando ao ponto de perguntar, digamos que até educadamente em algumas vezes, se ele poderia chamá-las pelo nome de sua ex ("Til I asked awfully politely / "Please, can I call you her name?"). Como você pode imaginar, esses pedidos meio sem-noção não acabavam muito bem...
 

"She was close, close enough to be your ghost / But my chances turned to toast / When I asked her if I could call her your name" "Ela estava perto, perto o suficiente para ser seu fantasma / Mas minhas chances viraram torradas / Quando eu perguntei a ela se eu poderia chamá-la pelo seu nome"


No entanto, nos últimos versos da música, depois do solo, temos um plot-twist! A última dessas mulheres que o narrador acaba encontrando é nada mais nada menos que a irmã de sua ex, e adivinha só, lá vai mais uma investida e mais uma vez a mesma pergunta descabida (convenhamos, mais ainda nesse caso). Só que para a nossa surpresa, a resposta é um pouco diferente:
 

"She said, "I'm really not supposed to, but yes / You can call me anything you want" "Ela disse "Eu realmente não deveria, mas sim / Você pode me chamar do que quiser"



Arctic Monkeys na MTV em Agosto de 2009.


Mas e o título da faixa? Faz alusão a algum lugar real? Muitas vezes, os fãs pensam que CornerstoneBattleshipThe Rusty Hook e The Parrot's Beak são pubs reais em Sheffield e evidências do rastreamento de pubs da vida real de Turner.

Mas na verdade, uma rápida pesquisa confirma que não há pubs em sua cidade natal com esses nomes - embora haja um serviço de aconselhamento chamado Cornerstone em Sheffield desde 2006.

Embora alguns fóruns tentem fazer ligações entre os versos da música e alguns lugares da vida real frequentados pelo Turner, como Ship Inn, The Milestone e The Frog & Parrot, provavelmente é mais fácil conceder ao vocalista uma licença poética.
 


Alex Turner performando no All Points West Festival em Nova Jersey, 2009.

 

Como os nomes dos pubs são fictícios, podemos presumir que a história em si foi simplesmente fruto da imaginação de Alex Turner. Porém, não seria exagero pensar que a letra se inspirou de alguma forma em sua vida romântica. 

Falando à Uncut sobre a faixa em 2009, ele disse: "Eu escrevi Cornerstone em uma manhã, bem rápido. Há algo a ser dito sobre escrever pela manhã. Em outros momentos do dia, você fica um pouco mais na defensiva. Eu vi como um desafio escrever algo em tom maior, mas não foi cafona."

Mais tarde, ele explicou à revista New York que ouvia muita música country na época, que "tinha aquela fórmula em que os versos sempre terminam da mesma maneira. Isso acontece muito nas músicas de Patsy Cline."

"Comecei com a frase 'I smelt your scent on the seatbelt'. Na verdade, eu estava sentado no banco de trás de um táxi e senti nas narinas aquele cheiro de quem eu tanto desejava." - afirma Alex Turner.

Turner concluiu: "Não quero soar como um idiota, mas com aquela música, eu tive uma ideia e ela se escreveu sozinha. Mas não tenho certeza de como acabei com a irmã da garota no último verso. Quando eu estava na escola, acho que provavelmente gostei da irmã da minha namorada ou algo assim."
 


Clipe "Cornerstone" do Arctic Monkeys.


Então, a música era simplesmente um desafio em forma de composição para o Sr. Turner, ou era um conto genuíno da manhã após a noite anterior? E ele já ficou com a irmã de uma ex?

Embora provavelmente nunca saberemos a resposta para essas perguntas, uma coisa é certa: o clássico do álbum Humbug é uma das faixas mais amadas e reverenciadas do catálogo da banda.


Posts relacionados

Música, por Felipe de Jesus

Clyntia lança single antes de gravar o primeiro DVD da carreira

A canção "Fuga" já está disponível nas plataformas digitais

Música, por Felipe de Jesus

Paul McCartney lota Arena MRV comprovando que sua música ultrapassa gerações

Apresentação do “eterno Beatle” reuniu 42 mil pessoas, no dia 03 de dezembro de 2023

Música, por Felipe de Jesus

Tiago Iorc faz show em BH trazendo sucessos marcantes da sua carreira

Apresentação realizada no Arena Hall, faz parte da turnê de "Daramô", seu mais novo álbum

Música, por Felipe de Jesus

Artistas brasileiros cantando em Inglês! (Você sabia?)

Alguns artistas para você relembrar ou mesmo conhecer

Música, por Felipe de Jesus

Surpreendente: banda “Town” se prepara para lançar a música “Os Vaga-Lumes” nas plataformas digitais

Canção que fará parte do álbum “Armas & Rosas” estará liberada a partir do dia 05 de maio

Música, por Felipe

Bon Jovi: These Days faz 27 anos de história sendo um dos trabalhos mais reflexivos do grupo

27 anos de These Days, um dos trabalhos mais reflexivos de Bon Jovi

Deixe seu Comentário:

=